Frieza e crueldade dos autores tiraram a vida de 15 mulheres em MS
Os números das vítimas de feminicídio são do primeiro semestre de 2025 e fizeram até os policiais mais experientes chorar com a frieza de alguns casos.
| JD1 NOTíCIAS/BRENDA ASSIS
O primeiro semestre de 2025 foi marcado por um número triste e alarmante em Mato Grosso do Sul, após 15 mulheres serem assassinadas no estado. Os casos são cruéis e mostram o nível de premeditação dos autores, que chegaram a pesquisar formas de amarrar as vítimas após os assassinatos.
Até o momento, o caso que mais chocou e causou comoção até nos policiais mais experientes foi o da Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e da sua filha de apenas 10 meses, Sophie Eugênia Borges, que após serem estranguladas, foram queimadas, juntas, na região do Indubrasil.
O autor, João Augusto Borges, 21 anos, marido e pai das vítimas, chegou a falar abertamente para algumas pessoas que cometeria o crime, pesquisando como fazê-lo e até mesmo fingindo desespero para os familiares depois da execução. Demonstrando frieza e premeditação, ele fez investigadores com mais de 30 anos de carreira chorar durante seu depoimento por conta da crueldade em suas palavras ao detalhar como matou as duas.
Outro caso, que ganhou a mídia nacionalmente foi o assassinato a facadas da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, no dia 12 de fevereiro. Na ocasião, ela havia acabado de sair da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde registrou um boletim de ocorrência contra o ex-noivo e autor, o músico Caio Cesar Nascimento Pereira.
O crime aconteceu na casa onde o casal morava, no bairro São Francisco. Ela teria retornado ao local para pegar seus pertences, acompanhada de um amigo, momento em que foi atacada. Vanessa chegou a ser socorrida e levada para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos.
Um dos crimes, acontecido no dia 1° de março, mostra que as vítimas além de serem humilhadas pelos seus companheiros, sofrem até o último suspiro, como no caso de Giseli Cristina Olikowiski, que foi agredida, espancada a tijoladas, enterrada em uma espécie de poço raso e teve o corpo queimado pelo companheiro Jeferson Nunes Ramos, no Bairro Jardim Aero Rancho.
O mais recente caso de atentado contra a vida das mulheres sul-mato-grossense foi registrado durante o final de semana, quando Eliana Guanes, de 59 anos, teve 90% do corpo queimado por negar um pedido de ‘namoro’. O caso aconteceu em uma fazenda na região da Nhecolândia, em Corumbá. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu e acabou falecendo na Santa Casa de Campo Grande.
As 15 mulheres assassinadas em 2025 tiveram suas histórias, que em um caso estava apenas começando, interrompidas por conta da crueldade de seres humanos. As vítimas deixaram família, filhos, parentes e toda a sociedade chorando para se tornarem mais uma triste estatística.
A maioria delas vivia um ciclo de violência silencioso, como no crime de Ricarte. A orientação é sempre procurar ajuda, mesmo que o medo domine cada parte do corpo, é necessário colocar um fim a violência antes que mais um caso de feminicídio aconteça.