Maio Amarelo: Vítimas de acidentes no trânsito custaram R$ 3,8 bilhões ao SUS em 2024

Foram 227.656 internações hospitalares, média de uma pessoa a cada dois minutos.

| JD1 NOTíCIAS/SARAH CHAVES, COM CDVT


A campanha Maio Amarelo traz números alarmantes sobre os acidentes de trânsito, conforme dados da pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) e Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abremed) foram 227.656 internações hospitalares no SUS, em 2024 com as despesas chegando a R$ 3,8 bilhões.

As despesas calculadas com internações decorrentes de acidentes seriam suficiente para construir de 32 a 64 hospitais de médio porte, implantar até 35 mil quilômetros de ciclovias urbanas, duplicar cerca de 505 quilômetros de rodovias federais, adquirir mais de 15 mil ambulâncias básicas ou habilitar quase 13 mil novos leitos de UTI.

Com uma vítima de trânsito a cada dois minutos, os principais atendidos são motociclistas (60%), seguidos de pedestres (16%) e por ocupantes de automóveis (7%) e ciclistas (7%).

Para Lucio Almeida, presidente da  ONG ‘Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito’, a campanha Maio Amarelo chama a atenção da população sobre a necessidade de melhorarmos nossa educação no trânsito e, assim, fazer com que esse alto número de sinistros reduza significativamente. No entanto, ainda que o SUS arque com todas essas internações, as vítimas precisam de um amparo maior.

“Muitas vítimas enfrentam longos meses para se recuperar de um acidente de trânsito, mesmo depois de terem recebido alta hospitalar. Durante esse longo período, ficam impedidas de voltar às suas atividades, sem ter qualquer renda, mas tendo que custear despesas do dia a dia e até mesmo para seguir com o seu tratamento de forma adequada, que pode incluir compra de medicamentos ou sessões de fisioterapia, por exemplo. É preciso, então, que haja um mecanismo de amparo a essas vítimas”, defende o presidente do CDVT.

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de países com mais mortes no trânsito, porém inxiste uma política pública para garantir um seguro obrigatório aos acidentados ou familiares de vítimas fatais. No Peru, Equador, Colômbia ou Venezuela, por exemplo, eles são cobertos pelo SOAT (Seguro Obrigatório de Acidentes de Trânsito), que cobre despesas médicas e hospitalares, independentemente de quem seja o culpado pelo acidente.

 



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